sábado, 2 de abril de 2016

VI Mostra de Performance: A Sociedade da Imagem - 16 a 23 de maio de 2016 - Galeria Cañizares - Escola de Belas Artes UFBA

A sociedade da imagem nos faz mergulhar no mundo das "representações visuais realistas", um despertar de reações humanas que vive a sociedade do tempo acelerado, a sociedade do sem forma, da existência a partir da imagem, pela imagem e na imagem. A sociedade marcada mais pela imagem do o que pela realidade. Mais pela imagem  da performance do que pela performance mesma. Mais pela imagem de si do que de si mesmo. Mais pela imagem do corpo do que do próprio corpo. Do Performer imerso neste universo imagético efêmero e descartável, o que fica e o que se perde? O que se perde estaria nos "traços" marcados no corpo desestabilizado no "real" em vivo, ou o que fica estaria via o "corpo possível", idealizado, imaginado dentro da própria "insignificância da existência", a imagem? Ou na articulação dos dois? Qual o lugar da performance frente ao real? E frente à sociedade do espetáculo? E como integrante da sociedade da imagem? Qual o seu grau de proximidade e distanciamento? Mais precisamente, o propósito desta VI Mostra de Performance é problematizar os estados afetivos e emocionais do real.  E, particularmente, as marcas deixadas pela performance desdobradas, sob o domínio da sociedade da imagem.

5 comentários:

  1. Caros artistas participantes da VI Mostra de Performance: A sociedade da imagem. Como estão?

    Peço desculpas pelo incomodo, mas queria expor minha indignação aos senhores que, assim como eu, prestigiaram o evento com sua inscrição e com seu trabalho.

    Vou relacionar os itens em dois pontos:

    1- Desorganização: No dia 12 de maio, ou seja, há 3 dias da abertura do evento, recebemos um e.mail com um endereço diferente da Galeria Cañizares para postarmos os trabalhos, o que, por si só já expressa uma completa falta de comunicação interna entre os membros da comissão. No edital não havia endereço especificado, havendo apenas a menção do nome da Galeria Cañizares. No início da semana, no entanto, recebemos um e.mail nos parabenizando e pedindo para enviarmos nosso trabalho para a Galeria Cañizares, mais uma vez, é bom lembrar, sem o endereço completo com CEP e responsável pelo recebimento.
    Notem que, no intuito de ajudar na produção, meu trabalho foi postado na segunda feira dia 09 de maio e no dia 11 foi recebido. Recebido na Galeria Cañizares, conforme registro do correio, porém, na quinta, após receber o 2º endereço incompleto, fui informado de que meu trabalho não havia sido entregue, tendo que perder meu tempo copiando e enviando o comprovante do correio, pois questionaram meu envio!!!

    2- Descaso e desrespeito: não bastasse tal situação, na tarde de ontem liguei para dois setores da UFBA e não consegui qualquer informação oficial, o que me fez reenviar mais uma vez um e.mail para saber do paradeiro da minha obra. Foi com grande surpresa que recebi a seguinte resposta a pouco e que copio aos senhores artistas:


    "ola Ricardo
    Comunico que encontramos a sua obra. Ela estava na Galeria e foi recebida por um dos estagiários que a guardou e somente nos informou ontem no dia da abertura . Ainda ensaiamos inserí-la na exposição, contudo a sua fotografia ficou a desejar enquanto forma de apresentação, pois o Senhor não cumpriu o que solicitamos para apresentação da obra, que deveria estar fixada em suporte adequado (ver email sobre artistas selecionados).
    infelizmente um trabalho com valor expressivo que dialoga tão bem com a proposta da VI Mostra, não foi exposto por ter que fixá-lo direto na parede.
    no mais estamos a disposição para esclarecimentos.
    Cordialmente
    coordenação da VI Mostra de Performance"

    Ora, perdoem-me se parecer irrelevante minha manifestação, mas como eu poderia aceitar bem "sua obra foi recebida por um estagiário que só informou o recebimento no dia da abertura!!! E ainda - Ensaiamos inserí-la na exposição, mas a sua fotografia ficou a desejar enquanto forma de apresentação.

    Não havia descrito no edital que era obrigatório o uso de moldura. Desse modo a forma adequada de apresentação é e deve ser uma escolha livre do artista.


    É com grande tristeza que lamento todo o ocorrido, que lamento ter perdido meu tempo e mais ainda, que tenha sido censurado em minha opção por exibir meu trabalho sem uma moldura e vidro (que geralmente prejudicam muito uma imagem P & B) numa mostra que se propõe justamente aos questionamentos em torno da imagem, por acaso, minha especialidade defendida a pouco na tese "Entre o corpo da obra e o corpo do observador" - Unesp - Universitat de Barcelona, 2015. Segue link:
    http://www.ia.unesp.br/Home/Pos-graduacao/Stricto-Artes/tese---ricardo-coelho.pdf

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    1. Ricardo Coelho, lamento o ocorrido e peço sinceras desculpas por de algum modo ter me envolvido te indicando o edital. É ridículo o tratamento dado a um artista nas condições ditas acima, ainda mais se tratando de um artista, curador, cenógrafo e sobretudo professor tão importante para o cenário artístico contemporâneo como você. Trabalhando há anos com produção cultural e curadoria observo que a falta de compromisso e comunicação minam o desejo de trabalhar com arte no Brasil. Problemas tão simples de se resolver acarretam situações embaraçosas como essa. Obra cujo paradeiro não é identificado, falta de informações precisas, informações faltosas e por fim a proibição de expor por conta de uma ineficiência de informações por parte dos próprios organizadores. Constrangedor, ofensivo eu diria. Tomara que situações como essa ajudem a refletir sobre a eficácia e mesmo necessidade de editais como esse que não ajudam antes demais provocam desgastes e perdas de investimento de tempo e mesmo de dinheiro. Que a mostra consiga alavancar a logística e a comunicação ao nível da temática que é muito potente e com a qual os trabalhos de Ricardo Coelho dialogariam e contribuiriam enormemente. Constrangedor.

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  2. A partir do depoimento de Ricardo Coelho, artista plástico, professor doutor, cenógrafo e curador, relatando o descaso para com o trabalho de sua autoria, inscrito e selecionado para a VI Mostra de Performance: A Sociedade da Imagem, venho me solidarizar com o artista. Desejo que fatos lamentáveis como este não se repitam nas outras edições. Uma pena tudo isso! Aprigio Fonseca.

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  3. Resposta ao Sr. Ricardo Barreto Biriba

    Caro Sr. Ricardo Barreto Biriba, não irei discutir critérios de curadoria com o Sr.. Poderíamos até deixar isso em segundo plano. Podemos focar essa discussão no tratamento dado ao meu trabalho, à mim por extensão e à organização do evento com sua curadoria

    Poderíamos começar pela completa desorganização com falta de informação no edital.

    1-Por exemplo, o que se entende por suporte adequado? Pode ser uma lona mole, o próprio papel impresso (que eu saiba o papel é um suporte), um pedaço de madeira velha, uma tela, uma moldura sem vidro, uma moldura com vidro comum, uma moldura com vidro Artshield (vidro invisível com proteção UV). Uma parede para uma projeção, etc...

    Nada disso estava especificado. Ou estou errado? Se for necessário envio o e.mail a todos novamente?

    2- Enviaram um e.mail a todos dizendo para entregar a obra na Galeria Cañizares. Mas não tinha número, nome da rua, nem bairro ou bloco (já que é na Universidade). Não tinha nem sequer CEP. Procurei por conta própria e na quarta-feira o trabalho foi entregue na Galeria, ou seja, o primeiro local solicitado no mesmo e.mail que o Sr. usa como argumento.

    3- Na quinta dia 12 de maio enviaram e.mail aos artistas cobrando o envio da obras, mas nesse e.mail deveríamos entregar no Casarão. Não tinha número, nem nome de rua, nem CEP.

    4- Escrevi perguntando sobre meu trabalho. Disseram-me que não tinha sido recebido. Enviei comprovante. Disseram que iriam procurar. Depois disseram que acharam meu trabalho depois de concluída a montagem. Um estagiário havia recebido e não avisou... Então, só então, os senhores abriram meu trabalho e "ensaiaram a sua colocação, mas acharam que estava inadequado".

    5- Ok, não vou discutir a inadequação, vou respeitar e penso que nem haveria o que fazer agora.

    6- Porém, eu me pergunto: Eu deveria respeitar o quê especificamente?
    Uma ausência clara de especificação da montagem conforme item 1 desse e.mail? Ou eu deveria respeitar a desorganização que descrevi mais uma vez acima? Desorganização que se conclui com o descaso do "ensaiamos colocar sua obra"...

    Enfim, não foi esse tratamento que dispensei aos artistas das mostras do Inverno cultural, inclusive Christian Cravo e Caetano Dias que vieram de Salvador, Bahia em 2011 para a exposição "Sentidos do Corpo".

    Meu currículo não quer dizer nada, nem ter criado e ministrado por 4 anos o curso "Concepcão de projetos para montagem de exposições de Arte" para o Senac São Paulo. Sei respeitar as diferenças e não teria enviado o trabalho se houvesse essa restrição, a começar pelo próprio edital dúbio em vários aspectos.

    Respeito a sua decisão, mas infelizmente, não há como respeitar a desorganização descrita acima, não há como aceitar o descaso de receberem uma obra no dia 11 de maio e só a encontrarem depois da montagem, no dia 16 de maio.

    Seja sensível Sr. Ricardo Barreto Biriba. Faça um exercício de alteridade e coloque-se no meu lugar. Releia meu e.mail acima colocando-se no meu lugar, como um artista comum como outro qualquer que prestigiou o evento em torno da linguagem da performance.

    Quem sabe se tivessem olhado a obra a tempo eu não teria como pedir para o amigo Caetano Dias providenciar uma moldura, já que o papel em Fine Art não era adequado. Talvez até pedir para a sua colega professora Inez Link, já que trabalhamos em duas ocasiões no Inverno Cultural da UFSJ.

    Enfim, não voltarei mais a escrever e infelizmente, não voltarei mais a prestigiar seu evento. Sei que isso não fará qualquer diferença substancial para as futuras edições. Tenho plena consciência dos meus imensos limites e do alcance do meu próprio corpo e pensamento.

    De todo modo, em respeito aos artistas, desejo sucesso à VI Mostra e, principalmente, o amadurecimento da produção que, como está evidente nesse e.mail, ainda é muito amadora.

    Atenciosamente

    Ricardo Coelho

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